Cidades

Cresce o desemprego em Niterói e SG

Segundo IBGE, há 13,2 milhões de pessoas desocupadas no Brasil. Foto: Agência Brasil/Arquivo

São Gonçalo e Niterói enfrentam fechamento contínuo de postos de trabalho, segundo mais recentes dados divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Desde o início do ano, São Gonçalo perdeu 1.847 mil vagas e Niterói perdeu 1.159 mil. A amostra considera saldo entre admissões e demissões de janeiro a abril.

Na contagem absoluta, o saldo negativo nas cidades foi um dos mais expressivos do estado, atrás apenas da Capital com 6,6 mil postos fechados. Na sequência, entre Niterói e São Gonçalo, aparece Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, com 1,3 mil postos.

Segundo o levantamento realizado pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, o setor mais afetado nas cidades foi o Comércio e, na sequência, a Construção Civil. A indústria de transformação acumula 424 demissões em São Gonçalo e 111 contratações em Niterói.

Já na comparação com o mesmo período do ano anterior o saldo é positivo, Niterói apresentou aumento de 1.622 mil vagas. O desemprego em São Gonçalo, no entanto, recrudesceu considerando o período anterior, quando o município enfrentou o fechamento de 1.695 vagas.

Seguindo em ritmo contrário dos vizinhos, nos últimos doze meses, Maricá e Itaboraí tem liderado a geração de empregos na Região Metropolitana com a abertura de 2,8 mil postos de trabalho. Maricá registrou abertura de mil postos e Itaboraí gerou 1,7 mil empregos — salto de 8,14%, um dos mais positivos do estado. Os setores de atividade econômica que apresentaram os melhores resultados foram de Serviços e Construção Civil.

Para a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), o cenário de desemprego pode ser revertido com a retomada de investimentos. A instituição mapeou 20 projetos confirmados nas cidades do Leste Fluminense, somando um aporte de R$ 3,1 bilhões. Entre os projetos, a Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN) e o Gasoduto Rota 3, ligados ao Complexo Petroquímico do Estado do Rio (Comperj).

Cenário estadual

No estado, a retração neste ano se concentrou nos setores do Comércio (-1,72%), na Indústria de Transformação (-0,28%) e Extrativo Mineral (-0,37). Os dados consideram municípios com mais de 30 mil habitantes.

O cenário de desemprego é sentido em todo o país. A última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicou que há 13,2 milhões de pessoas desocupadas no Brasil.

A taxa de desocupação alcançou 12,5% no trimestre encerrado em abril de 2019, representando crescimento de 0,5% em relação ao trimestre de novembro de 2018 a janeiro de 2019 (12%). As secretarias de Desenvolvimento Econômico de Niterói não detalhou as medidas para enfrentar o desemprego.

Desindustrialização

Para a Secretaria de Desenvolvimento Econômico de São Gonçalo, a cidade sofre “reflexos da crise econômica do país, da crise econômica e política do Estado do Rio de Janeiro”, em razão do processo de desindustrialização pelo qual passa o país.

A Secretaria destaca que um termo de ajuste de conduta (TAC) com o Ministério Público Federal para destravar licenciamentos ambientais para operação de indústrias na região de Guaxindiba. "Temos um bom número de empresas que prospectando para vir para São Gonçalo e aguardam essa liberação".

Apostas de Niterói

Niterói investe em projetos para os setores de serviços e comércio, a vocação econômica da cidade na visão da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico. Na 'Casa do Empreendedor', aberta há três anos, o foco é a desburocratização. No local, o setor empresarial pode buscar regularização, emissão de alvarás e cadastramento para retirar nota fiscal.

De acordo com a secretaria, há cerca de 11 mil microempreendedores individuais formalizados na cidade. "No período de janeiro a março de 2019 houve um aumento de mais de 50% no número de alvarás expedidos pela Prefeitura, em relação ao mesmo período do ano de 2018. Foram 662 contra os 317 do ano anterior", informou, em nota.

Outras frentes de trabalho tem sido a qualificação profissional, o investimento direto em produções cinematográficas e audiovisuais e parcerias público-privadas, como é o caso do Mercado Municipal Feliciano Sodré. Outra iniciativa mencionada foi a redução da alíquota de ISS que incide sobre o setor hoteleiro.

Geração de empregos

Em Maricá, o aquecimento do mercado de trabalho foi sentido também na arrecadação municipal. Segundo a Prefeitura de Maricá, a arrecadação anual de Imposto Sobre Mercadorias e Serviços (ICMS) passou de R$ 75 milhões para R$ 225 milhões em dois anos.

A gestão municipal destacou que investe em diferentes frentes para ampliar a oferta de postos de trabalho na cidade. "A modernização dos processos para abertura de novos empreendimentos reduziu a burocracia, simplificando a parte legal, está facilitando a geração de empregos" afirmou em nota.

Outra medida foi a criação do Portal de Oportunidades, um banco online de currículos gerenciado pela própria Prefeitura voltado para os moradores da cidade.

Comperj

Em Itaboraí, o Complexo Petroquímico do Estado do Rio (Comperj) é um dos principais vetores do desenvolvimento econômico. Outra aposta da Prefeitura de Itaboraí foi a desburocratização para instalação de empresas. "Abrimos as portas para empresas se regularizarem e novos empreendimentos surgirem na cidade, fomentando assim a geração de emprego e renda no município."

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